Normalmente, a alfabetização ocorre entre os 6, 7 anos, mas nada impede que aconteça antes. Lilian Costa, diretora pedagógica da Escola Visconde de Sabugosa, que recebe crianças de 1 a 5 anos em turmas reduzidas com atenção individualizada, explica que o processo é lento e mágico e se intensifica na educação infantil. “Desde a vida uterina a criança tem contato com músicas, falas, reconhece a voz dos pais. Ela vive em um mundo letrado e a escola tem a função de estimulá-la com jogos, parlendas, rimas, bingo de letras e várias outras atividades lúdicas que ampliem esse repertório de forma agradável e eficiente”.
Durante as brincadeiras ou na contação de histórias, a criança faz relações entre os sons e cria a chamada consciência fonológica. “Ao recitar uma parlenda ou cantar uma música, a criança percebe sons semelhantes ao seu nome e de outros coleguinhas. É importante despertar a atenção da criança para a escrita, seja por meio de pesquisas, quando lemos histórias e até ao passearmos e interpretarmos outdoors e letreiros, por exemplo”.
Outra habilidade essencial para uma boa alfabetização e que muitos desconhecem é o desenvolvimento motor. “A criança precisa correr, pular, escorregar etc. Investimos muito no brincar, porque a partir daí a criança tem uma consciência corporal que refletirá na coordenação motora fina, fortalecendo o tônus muscular, essencial para a escrita”. Brincar com massinha, argila, fazer punção, rasgar e rabiscar são algumas das atividades propostas na Visconde com esse objetivo. “Se a coordenação motora ampla não estiver boa, a fina também não estará”.
Lilian chama atenção para a autoestima do aluno, pois a encara como pré-requisito não só para a alfabetização, mas para as demais habilidades: “Se a criança é segura, tem autonomia e está em condições normais, ela está pronta para aprender. Mas, é importante lembrar, cada um no seu ritmo”. A diretora pedagógica esclarece que pais superprotetores, que limitam a criança a explorar e arriscar, podem adiar e até prejudicar não só o processo de leitura e escrita, mas outros: “Os pais precisam botar a criança pra frente e deixá-la arriscar, realizar pequenas tarefas sozinha, como se vestir e calçar. Isso desenvolve a autoestima da criança, que enfrentará melhor todos os desafios da alfabetização, feitos de acertos, equívocos e reconstruções”.
A parceria das famílias na alfabetização faz a diferença: “Ler historinhas, oferecer jogos pedagógicos e de raciocínio lógico, além de aproximar a família, aguçam essa criança para as mais diferentes áreas. A alfabetização não acontece sozinha nem de um dia para o outro, os pequenos precisam ser estimulados constantemente”.
Quando a criança desperta para a leitura e escrita mais rápido que outras, a Visconde, que adota a proposta pedagógica construtivista, não limita esse aprendizado: “Pelo contrário, oferecemos a ela desafios adequados à sua necessidade, nem tão fácil nem tão difícil que a desmotive. Essa postura promove o estímulo contínuo e respeita o desenvolvimento de cada criança, por isso é normal a alfabetização acontecer em diferentes idades”. Saiba o que a Visconde pode fazer pelo seu filho!